O grande salto do MIDE/grounding em relação a outros métodos e teorias sobre a inteligência emocional foi a busca de repostas fora da razão.
O que não quer dizer que é contrário a razão, mas sim que transcende os limites da razão.
A percepção que, dificilmente, um indivíduo desenvolverá sua inteligência emocional sem conhecer, perceber e desenvolver sua intuição, levou-me a realizar uma vasta pesquisa sobre o universo da intuição.
Meu interesse pelo oriente começou quando conheci a Dra. Jie-Qi Chen, por indicação do Dr. Howard Gardner, vice-presidente do Erikson Institue com sede em Chicago – IL.
Quando procurei Dr. Gardner meu propósito era entender algumas indagações que não conseguia decifrar em toda literatura que estudei sobre a teoria das múltiplas inteligências.
Como todas essas indagações eram sobre a teoria na prática, ele me encaminhou a pessoa que mais domina a teoria na pratica no mundo, Dra. Jie-Qi Chen, responsável pela transformação da teoria das múltiplas inteligência na base curricular da China e política educacional da Coréia do Sul e Cingapura.
O contato com a Dra Jie-Qi reforçou o sentimento que já havia despertado em minha consciência. Muitas respostas que procurava só encontraria do outro lado do mundo.
A pauta emocional os orientais a estudam há milênios.
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL e o ORIENTE
Quando esboçava a visão sistêmica da inteligência emocional percebi que o universo em torno do conceito não poderia ser completo sem trazer a espiritualidade, a ética, a intuição, a base dos valores, princípios e propósito.
O arquétipo do pensamento sistêmico, a fórmula judaica de resolução de problemas, coloca a intuição no centro deste universo tão amplo.
Surgiram indagações em minha mente como: O que é intuição? Onde ela reside? Como se comunica? Por que as pessoas normalmente não a percebem?
Na busca dessas respostas mergulhei nas filosofias orientais, que a milênios influencia os povos orientais, principalmente a Índia, China e Japão.
Muitos estudos sobre o tema, inteligência emocional, citam a sua origem em Daniel Goleman, 1995 com o lançamento do livro com o mesmo nome.
Não posso desconsiderar o grande e absoluto mérito de Goleman, até mesmo porque o MIDE tem uma influência muito grande dos seus estudos, mas o inédito que buscava foi complementar os estudos de Goleman com a filosofia oriental.
Posso dizer com segurança que o primeiro registro de alguém pensando no emocional do ser humano que encontrei foi na Índia, 600 a.c., mas de forma muito incipiente.
Depois Confúcio, 551 a.c. / 479 a.c., foi o pensador mais antigo que abordou com consistência o tema, mas foi nos estudos de um mestre chinês, 600 d.c. ,e aprofundado no Japão em 1.200 d.c. que encontrei a base da inteligência emocional.
AS 5 PRIMEIRAS CONSCIÊNCIAS
Os cinco primeiros tipos de consciência têm alguma relação com os fenômenos físicos.
São as percepções sensoriais dos órgãos dos sentidos:
1a. consciência - visão, 2a. consciência - audição, 3a. consciência - olfato, 4a. consciência paladar e 5a. consciência tato.
Em geral, para ativar esses sentidos é preciso algum estímulo material.
Paradoxo: o que nos torna vivos e atuantes, ao mesmo tempo que criam as travas que impede o crescimento como “ser”.
6ª. Consciência (hábitos e rotinas)
A sexta consciência é o poder de um julgamento à partir da interação dos cinco sentidos ou cinco consciências.
Todos os seres vivos dotados de um sistema nervoso central, independentemente do grau de desenvolvimento desse sistema, possuem a sexta consciência.
7ª. Consciência ou Consciência Mano
APENAS 1% DE SUAS PERCEPÇÕES CHEGA A 7ª. CONSCIÊNCIA.
A sétima consciência representa o poder do pensamento. Onde a mente julga, rotula e compara tudo.
É a capacidade de julgar não somente com base na percepção dos cinco sentidos e de sua relação, mas à luz de experiências passadas (8ª. Consciência), de circunstâncias externas, da razão, do que se conhece de fato como consciência.
Esta é uma característica exclusiva dos seres humanos, que têm a capacidade de raciocínio e reflexão.
A sétima consciência opera na Mente Descendente, em um ciclo vicioso de buscar uma referência no passado e criar uma projeção ao futuro.
O paradoxo da 7ª. consciência é que representa a mente mais presente no hoje, mas por hábito sempre nos coloca em uma dimensão ilusória, passado ou futuro.
Quando a 7ª. Consciência opera sozinha, a deriva, ela faz de sua mente o mal patrão, refém das memórias, ávida por controle, vinculada a rótulos e aos 3 fatores motivacionais.
8ª. Consciência ou Consciência Alaya
A oitava consciência é conhecida como o inconsciente revelado por Freud.
O inconsciente guarda as impressões da mente (memória) e, simultaneamente, produz novas ações mentais.
Sua Mente é refém da 8ª. Consciência.
Por padrão, em todas as ocasiões, sua mente recorre a ela em busca de referências de prazeres, dores, alegrias, tristezas, etc., espelhando seu passado para seu futuro.
A HOMEOSTASE usa a 8ª. Consciência para mantê-lo na zona de conforto e com impressões obtidas nela que opera seu SABOTADOR/VDA.
Uma vez sob controle, entendendo que na 8ª. Consciência são indicadores para sua tomada de decisão e que fatos registrados aqui podem não representar a sua realidade, a realidade de um local ou pessoa, sua mente passa a operar como um bom servo.
O pensamento sistêmico é o processo mais eficaz na gestão da 8ª. Consciência e consequentemente no rompimento com seu sabotador/VDA.
O pensamento sistêmico é o processo de busca de indicadores na 8ª. Consciência e posterior processamento em uma nova realidade pela 7ª. Consciência.
Pensar sistemicamente é buscar causas na 8ª. Consciência, perceber efeitos delay no presente e analisar os fatos em espiral.
9ª. Consciência ou Consciência Amala
Nesse nível profundo encontra-se a essência da vida.
Todos os seres humanos possuem a 9ª. Consciência e com esse entendimento mudamos nossa maneira de enxergar a vida, o próximo e a nós mesmos.
É o ELO do Microcosmo com o Macrocosmo, nela não existe ego, desejo, vaidade, raiva, ódio, maldade, apenas existência, energia pura que move a vida.
Guarda seu propósito e sabe o que é melhor para você, o único canal de comunicação com ela é a INTUIÇÃO.
No século XX um dos nomes da neurologia e psiquiatria, Dr. Viktor E. Frankl percebeu a existência da 9ª. Consciência, só não a chamou assim.
O entendimento de como a mente trabalha nas 9 consciências é a chave do processo criativo e do desenvolvimento da inteligência lógica-emocional.