Quando elaborava o MIDE – Múltiplas Inteligências & Desenvolvimento Emocional, fui tocado pelo Inédito em uma questão que há muito me intrigava e que, mais tarde, denominei de “Inteligência Lógica-Emocional”.
Dentre os temas, que estudava, estava a obra de Daniel Goleman sobre a Inteligência Emocional, best-seller no ano de 1995. Estava consciente da defasagem do lançamento desta obra. Interessava-me, todavia, rever o que Daniel Goleman pensava sobre o tema.
Analisei diversos estudos de Goleman e eles influenciaram muito o método MIDE. Tenho profundo respeito pelo seu trabalho e sua forma de pensar.
Desconstruindo a teoria da inteligência emocional cheguei a Howard Gardner, autor da teoria das Múltiplas Inteligências e chefe da cadeira de psicologia cognitiva de Harvard.
A teoria das Múltiplas Inteligências, base da teoria de Goleman, interessou-me bastante. Decidi entende-la em profundidade. Foi o que me levou a um contato direto com o próprio Dr. Howard Gardner.
Pelas mão de Gardner cheguei a Dra. Jie-Qi Chen, vice-presidente do Erikson Institute – Chicago – IL.
Os trabalhos de Chen, despertaram-me a importância em trazer ao conceito da inteligência emocional os pensamentos das filosofias orientais. Os Orientais estudam o pensando ‘emocional’ a quase 3.000 anos.
Esse processo de estudar, sintetizar, comparar e inter-relacionar as filosofias orientais com os estudos de pensadores como Goleman e Gardner, custou me um ano a mais do que o previsto inicialmente.
O inédito que procurava estava fora da academia, longe dos livros tradicionais sobre o tema. Em escrituras de 600 A.C., encontrei os primeiros pensamentos sobre o emocional.
Seguindo a história, pela rota da seda, consequentemente os pensamentos de grandes filósofos orientais, deparei me com o pensador chinês chamado Tient’ai o qual 600 D.C. elaborou uma série de estudos sobre a vida, influenciando diversas religiões, filosofias e pensamentos orientais, entre eles o budismo.
Brilhantemente, esse filósofo elucidou o que os indianos afirmavam sobre consciência e estados emocionais de vida.
Considerando a teoria de Goleman muito conhecida, pouco aplicada e, na minha opinião, carece de algumas considerações a mais para o seu real entendimento e aplicação. Decidi criar um método para o entendimento e uso com abrangência do conceito de Inteligência Emocional.
Com vasto material em mãos decidi tangibilizar a inteligência emocional. Para tanto, criei um método lógico a fim de replicar o que se passava comigo. Assim nasceu o método MIDE – Múltiplas Inteligências & Desenvolvimento Emocional.
Existe uma lógica para o desenvolvimento emocional. No que pese o entendimento de alguns estudiosos os quais afirmam que ações isoladas e desconectadas trazem alívio parcial, não desenvolvimento real.
É necessário um esforço conjunto de ações e entendimentos para se obter um resultado verdadeiro.
Elaborei um método com 24 indicadores que devem ser percebidos, monitorados e aplicados para se atingir o pleno desenvolvimento da inteligência lógica-emocional.
Estudando diversas tentativas de desenvolvimento da inteligência emocional observei que o problema está na forma como a maioria enxerga o emocional: linear e cartesiana.
É impossível entender o emocional visto por este ângulo. Ele é sistêmico, sendo assim, demanda pensamento sistêmico.
Esta minha percepção trouxe três disciplinas ao MIDE complementando a disciplina do ‘inédito’:
Pensamento Sistêmico, Modelo Mental e Domínio Pessoal.
Exigindo, assim, a inclusão da palavra lógica ao conceito.
O MIDE tem o propósito de trazer um pensamento lógico ao emocional.
É neste exato ponto que as duas teorias, inteligência emocional e inteligência lógica-emocional, se separam.
Goleman trouxe a seguinte estrutura para inteligência emocional:
Autoconsciência à Autogestão à Gerenciamento de relações à Consciência Social
A base de Goleman foram duas das 9 Múltiplas inteligências: Interpessoal e intrapessoal, onde ele defende que o Q.I. representa de 10% a 20% do sucesso de uma pessoa e que o restante vêm de vários fatores da vida, como família, local de criação, genética e até mesmo sorte.
Proponho na inteligência lógica-emocional:
Autoconsciência à Autogestão à Autorregulação à Plenitudeà Gerenciamento de relações à Consciência Social .
O MIDE abrange as 9 múltiplas inteligências em sua base, sendo que 4 delas de forma mais presente: intrapessoal, interpessoal, lógico-matemática e existencial.
Eu divirjo de Goleman no que tange a sua concepção de sucesso, acredito que seja oriunda de 10% a 20% da inteligência lógica-matemática e 80% a 90% da inteligência lógica-emocional.
Outro ponto importante a ressaltar são as diferenças entre as duas teorias: os conceitos de autoconsciência; autogestão e autorregulação, visto que na inteligência lógica-emocional estes conceitos absorvem fundamentos de luminares pensamentos orientais, explico:
AUTOCONSCIÊNCIA
O primeiro passo no desenvolvimento da inteligência lógica-emocional é tomar consciência dos indicadores e do universo que a cerca. Dirigir a atenção para o mundo interior de pensamentos e sentimentos.
Importante absorver os indicadores de forma consciente para que o inconsciente possa absorvê-los.
Autoconsciência produz discernimento. Este, sendo verídico, induz ao compromisso real o qual será base de sustentação do processo e isso gera ação e mudança.
O método conscientiza a pessoa (autoconsciência) dos indicadores intrapessoais e interpessoais, semelhante ao que se passa com o corpo humano quanto aos indicadores possíveis de serem mensurados em um exame clínico.
AUTOCONSCIÊNCIA: fase do conhecer, tornar consciente, os indicadores que regulam e equilibram o emocional
AUTOGESTÃO
A autogestão é o ELO entre a percepção (autoconsciência) e ação (autorregulação).
Em um segundo estágio, percebe se os indicadores de per si, bem como todos em sua volta sinalizam, com mais clareza, não somente o “Quê”, mas também o “Porquê” de cada ação. Assim, vê se o todo: metavisão. É a fase do analisar ou processar, traçar o cenário.
A autogestão é o gerenciamento perceptivo das emoções, motivação concentrada para se atingir uma meta ou adaptabilidade.
AUTORREGULAÇÃO
O SÁBIO AGE, SÓ O TOLO REAGE.
Este é o último estágio do que chamo de autodomínio = autoconsciência + autogestão + autorregulação.
Nesta fase domina-se os indicadores, o método. Consegue se percebê-los agindo em si e nos outros. Adquiri o hábito de criar metavisão nas diversas situações e saber como agir coerentemente com sua inteligência lógica-emocional.
Fase do agir, ou seja, como agir em uma situação, levando em consideração os indicadores em questão.
Você pode não controlar o que sente, mas pode perfeitamente controlar o agir.