VISÃO SISTÊMICA DA VIDA
Quando me deparei pela primeira vez com esta frase já estudava a disciplina do PS – Pensamento Sistêmico e por isso me chamou muita atenção.
Era o título de um livro do físico austríaco Fritjof Capra e do professor de Bioquímica da Universiade de Roma Pier Luigi Luisi.
Já acompanho o trabalho de Capra a mais de uma década.
Capra tornou-se mundialmente famoso com seu livro ‘O Tao da física’, traduzido para vários idiomas.
Nele, traça um paralelo entre a física moderna (relatividade, física quântica, física das partículas) e as filosofias e pensamentos orientais tradicionais, como o taoísta de Lao Tsé, o Budismo (incluindo o Zen) e o Hinduísmo.
Surgido nos anos 70, O Tao da física busca os pontos comuns entre as abordagens oriental e ocidental da realidade, assim como o MIDE.
Outro livro de Capra que deu suporte aos meus estudos foi ‘Conexões Ocultas’, todos direcionados ao pensamento sistêmico.
O livro ‘A Visão Sistêmica da Vida’ traz uma abordagem leve, mas complexa, sobre como todos os seres vivos estamos conectados em uma rede invisível.
Meu interesse tomou corpo ao ponto que decidi fazer seu curso que leva o mesmo nome.
Podemos dimensionar a complexidade do livro que foi transformado em um curso de 3 meses.
A visão de Capra segue uma linha convergente com a minha, isso explica minha admiração e influência do seu trabalho no MIDE.
Já tive a oportunidade de relatar em diversos artigos, que a percepção da importância das filosofias do oriente para a ILE – Inteligência Lógica-Emocional foi o que diferenciou o método MIDE de qualquer outra abordagem.
As interação entre os estudos de Rudolf Steiner, pai da Antroposofia, a Psicologia do desenvolvimento do psicanalista Erik Erikson, a Visão Sistêmica da Vida de Fritjot Capra, a filosofia de Tient’ai na China, Nitiren no Japão e o Pensamento Sistêmico de Peter Senge forjaram o capítulo ‘Visão Sistêmica da Vida’ do método MIDE.
OS MACROS AMBIENTES DA ILE
O método MIDE busca dar uma visão sistêmica da vida das pessoas, dividindo cada setênio da vida em fatos e pessoas de influência em cada um dos três macros ambientes: Ambiente Socioambiental, Ambiente Biopsicológico e Ambiente Cognitivo.
O ‘Ambiente Socioambiental’ é dividido em: ‘Origem Social’ e ‘Relação Social’.
O ‘Ambiente Biopsicológico’: é o entendimento da família. O PS – Pensamento Sistêmico, classifica como sistemas subjacentes.
As raízes do desenvolvimento da ILE – Inteligência Lógica-Emocional estão nos ‘Modelos Mentais’. É no ‘Ambiente Biopsicológico’ que eles estão arraigados.
No MIDE, o ‘Ambiente Cognitivo’ é visto sob a ótica das filosofias orientais e dividido em: ‘Forma’, ‘Percepção’, ‘Concepção’, ‘Volição’ e ‘Consciência’.
É interessante notar que o ambiente cognitivo, neste caso, está sistemicamente voltado aos ‘Modelos Mentais’.
O objetivo de trazer ao PS – Pensamento Sistêmico - a visão geral da vida no MIDE, tem como propósito identificar, principalmente, a origem dos principais ‘Modelos Mentais’ os quais podem trazer à pessoa sentimentos de: sofrimento apego, controle e medo.
O IMPACTO NA MATRIZ DE VALOR
O MIDE é fundamentado na ‘Matriz de Valor’ desenvolvida com a finalidade de trazer para o nível consciente o que a pessoa valora em sua vida, identificando os ‘Modelos Mentais’ que distorcem o entendimento desses valores e onde estão as fontes de ‘Dissonâncias’.
Os sentimentos são vibrações do corpo. As boas chamadas de ‘Ressonâncias’ e as ruins de ‘Dissonâncias’; indo de um simples aperto no peito a uma depressão, dependendo da intensidade.
Antes de iniciar o estudo do processo da ‘Visão Sistêmica da Vida’ é preciso entender quais são os dez principais valores de uma pessoa. Aqueles com peso 10 e inegociáveis caso queiram viver em equilíbrio.
Uma vez definido os 10 valores deve-se traduzi-los, uma vez que todos os valores tem como principal característica a subjetividade.
Por exemplo, o significado de confiança para uns é desconfiança ou controle para outros, felicidade, harmonia, sucesso, todos são subjetivos.
É no momento que uma pessoa se propõe a traduzir seus valores que depara com seus nossos ‘Modelos Mentais’ e com a ‘Visão Sistêmica da Vida’ que buscará entender suas raízes e desconstruí-los dentro do pensamento sistêmico.
AMBIENTE SOCIOAMBIENTAL
Como citado acima a principal finalidade da ‘Visão Sistêmica’ é identificar ‘Modelos Mentais’ que trazem sofrimentos a vida das pessoas.
O ‘Ambiente Socioambiental’ é dividido em: ‘Origem Social’ e ‘Relação Social’.
Existem ‘Modelos Mentais’ que são característicos de uma região, país, sociedade ou cultura. Entender a ‘Origem Social’ pode ser muito útil.
Algumas famílias, imigrantes ou emigrantes, conseguem manter seus costumes e consequentemente seus ‘Modelos Mentais’ de origem. Não houve uma ‘Relação Social’ forte ao ponto de alterar os principais modelos mentais.
Modelos mentais que trazem medo e apego: o medo de estranhos, a desconfiança nas relações e o apego material são apenas alguns exemplos muito comuns terem suas raízes arraigadas no ‘Ambiente Socioambiental’.
AMBIENTE BIOPSICOLÓGICO
Este é o principal sistema para o MIDE e consequentemente para o desenvolvimento da ILE – Inteligência Lógica-Emocional.
Nele estão as raízes de quase todos os ‘Modelos Mentais’ bons e ruins de uma pessoa e por isso é a base para elaborar a visão sistêmica da vida.
No PS – Pensamento Sistêmico há uma expansão da visão do ser, que normalmente é considerado apenas aparência e natureza ou o que chamamos da parte psicológica da pessoa.
No PS cada pessoa é vista como o núcleo de um sistema formado de diversos sistemas subjacentes que podem manter três tipos diferentes de relação com seu núcleo: relação crítica, relação de influência e relação influenciada ou reversa.
O MIDE, na visão sistêmica de uma pessoa, a considera como sendo o núcleo do sistema e seu cônjuge, pai, mãe, irmãos, chefe, formam os sistemas subjacentes.
Os ‘Modelos Mentais’ que predominam nos sistemas subjacentes, em geral, foram transmitidos ao núcleo do sistema, a pessoa, formando uma corrente entre diferentes gerações.
AMBIENTE COGNITIVO
O ‘Ambiente Cognitivo’ é trabalhado sob a ótica das filosofias orientais e é dividido em: ‘Forma’, ‘Percepção’, ‘Concepção’, ‘Volição’ e ‘Consciência’, chamados de “Os 5 Agregados”.
O entendimento dele amplia sensivelmente a capacidade de entender a ‘Matriz de Valor’ de uma pessoa.
A ‘Forma’ é o mundo físico, nossa relação com a matéria.
A ‘Percepção’ são fatos que percebemos, em geral, comuns a todos.
A ‘Concepção’ é como enxergamos os fatos, uma imagem interna criada à partir de nosso inconsciente ou 8a. Consciência, o que chamamos de ‘Modelos Mentais’ e que regem nossas ações.
A ‘Concepção’ é próprio ‘Modelo Mental’, por isso é muito pessoal.
Por exemplo, um casal se agride verbalmente em um ambiente com várias pessoas, todos percebem, mas a concepção pode diferenciar muito entre as pessoas que perceberam o fato.
Aqui podemos entender claramente os ‘Modelos Mentais’, são eles que fazem com que duas pessoas que presenciaram o mesmo fato relatem de duas formas completamente diferentes.
A religião, a espiritualidade, o conhecimento acadêmico e a experiência profissional são relevantes para entender a ‘Concepção’ e consequentemente o ‘Ambiente Cognitivo’.
A ‘Volição’ é a vontade ou a busca pela evolução presente na vida da pessoa. É o que permite o livre arbítrio.
Por último a consciência, o MIDE trabalha com a teoria das 9 consciências.
Para entender este conceito das consciências sugiro a leitura do artigo com esse título que encontra-se publicado em nosso BLOG.
A VISÃO E O PENSAMENTO SISTÊMICO
A visão sistêmica estimula e permite o pensamento sistêmico.
Quando cruzamos no MIDE todos esses conceitos e a matriz de valor da pessoa é possível enxergar um macro sistema da vida dessa pessoa.
Como se fosse possível radiografar o emocional, entender de forma ampla as raízes dos ‘Modelos Mentais’ e consequentemente as raízes dos comportamentos, uma vez que estudos comprovaram que agimos não com coerência com o que falamos e sim coerentes com nossos modelos mentais.