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Aprendizagem socioemocional (ASE) na primeira infância

Atualizado: 25 de mar. de 2020


Aprendizagem socioemocional – ASE – começa em casa. O futuro de qualquer sociedade depende de sua capacidade de promover o desenvolvimento saudável da próxima geração.

Pais, e a família em geral, são parceiros críticos para ajudar uma criança a desenvolver conhecimentos socioemocionais.

Eles podem modelar os tipos de habilidades, atitudes e comportamentos que queremos que todos dominem.

A aprendizagem emocional – ASE – é o processo pelo qual crianças e adultos entendem e gerenciam emoções, estabelecem e alcançam objetivos positivos, sentem e mostram empatia pelos outros, estabelecem e mantêm relacionamentos positivos e tomam decisões responsáveis.

Pesquisas sobre o cérebro em desenvolvimento nos mostram que as experiências da primeira infância constroem as bases para uma força de trabalho qualificada, uma comunidade responsável e uma economia próspera.

Fornecer o apoio de que as crianças precisam para desenvolver essas habilidades em casa, na comunidade, pré-escola e em outros ambientes que experimentam regularmente, é uma das responsabilidades mais importantes dos pais.



Construindo o Sistema Afetivo


As emoções e sentimentos formam o que denominamos de sistema afetivo.

A base do sistema afetivo é formada pela família, denominada no processo de “Ambiente Biopsicológico”, principalmente no primeiro setênio – de 0 a 7 anos.


Um “ambiente de relacionamentos” é crucial para o desenvolvimento da arquitetura cerebral de uma criança, que estabelece as bases para resultados posteriores, como desempenho acadêmico, saúde mental e habilidades interpessoais.

Os relacionamentos de promoção do crescimento baseiam-se na interação contínua de dar e receber da criança (“servir e devolver”) com um parceiro humano que fornece o que mais nada no mundo pode oferecer, experiências que:

  1. são individualizadas ao estilo de personalidade único da criança;

  2. se baseiam em seus próprios interesses, capacidades e iniciativa;

  3. moldam a autoconsciência da criança; e isso estimula o crescimento de seu coração e mente.

​Emoção significa gerar comportamentos biologicamente vantajosos frente a uma necessidade imediata de forma involuntária. Não podemos controlar nossas emoções.

Os sentimentos envolvem as próprias percepções que temos de nós, a nossa identidade e personalidade.

As crianças pequenas podem ter grandes emoções, mas ainda não sabem como lidar com elas.

A aprendizagem socioemocional – ASE – é uma maneira poderosa de ajudar as crianças a se tornarem mais conscientes, compreendendo seus próprios sentimentos e como as emoções afetam suas escolhas.

Também pode dar-lhes uma prática valiosa na tomada de decisão responsável. Os pais que usam uma abordagem da ASE expressam confiança de que seus filhos terão sucesso em seus esforços.

Em vez de resolver um problema para o filho, eles se concentram em ajudar o filho a identificar e entender melhor seus sentimentos e, em seguida, pensar em suas próprias soluções.


As três competências da ASE


Para pais, dominar o universo das emoções, dos sentimentos, pensamentos e comportamento, é fundamental.

Ensinar uma criança a traduzir corretamente um sentimento irá impactar sua vida inteira, escola, relacionamentos e trabalho.

Os pais precisam criar momentos para que os filhos expressem suas emoções, para que auxiliem na tradução dos sentimentos.

Ajudar a criança a perceber e traduzir suas emoções é a primeira competência da aprendizagem socioemocional – ASE –: “Autoconsciência”.

A segunda competência é “Autogestão”: O que fazer em relação aos nossos sentimentos.

A autogestão permite que crianças e adultos:

1. percebam e gerenciem suas emoções;

2. desenvolvam resiliência e mantenham motivação concentrada para se atingir uma meta – determinação;

3. aprendam a traçar cenários: se o plano A der errado, qual a opção B?

4. adaptem-se a ambientes que não são amigáveis.

A terceira competência é “Autorregulação”, um conjunto de habilidades que se baseia em três tipos de funções cerebrais, denominadas "Funções Executivas": memória de trabalho, flexibilidade mental e autocontrole.


As crianças não nascem com essas habilidades – elas nascem com o potencial de desenvolvê-las.

A gama completa de habilidades continua a crescer e amadurecer durante a adolescência e no início da idade adulta.


Para garantir que as crianças desenvolvam essas capacidades, é útil entender como a qualidade das interações e experiências que a família proporciona pode fortalecer ou prejudicar essas habilidades emergentes.

Quando as crianças têm oportunidade de desenvolver com êxito a autorregulação, os indivíduos e a sociedade experimentam benefícios ao longo da vida.



Como treinar crianças através de grandes emoções


Aprender a lidar com as adversidades é uma parte importante do desenvolvimento saudável da criança.

Quando somos ameaçados, nossos corpos nos preparam para responder aumentando nossa frequência cardíaca, pressão arterial e nossos hormônios do estresse, como o cortisol.

​Quando os sistemas de resposta ao estresse de uma criança pequena são ativados em um ambiente de relacionamentos com apoio de adultos, esses efeitos fisiológicos são amortecidos e trazidos de volta à linha de base.

O resultado é o desenvolvimento de sistemas saudáveis ​​de resposta ao estresse.

No entanto, se a resposta ao estresse for extrema e duradoura e as relações de amortecimento não estiverem disponíveis para a criança, o resultado poderá ser danificado, sistemas enfraquecidos e arquitetura do cérebro prejudicada, com repercussões ao longo da vida.

​Aqui estão algumas maneiras pelas quais você pode usar a aprendizagem socioemocional para ajudar seu filho:

Acalme-se primeiro:

Nesse momento começa o processo de empatia.

É importante acalmar a criança, assim como o interlocutor precisa ficar calmo.

Em um segundo momento, é preciso perceber o nível de presença e preparar para entrar em nível 2 de escuta.

Às vezes, as crianças podem ficar tão chateadas que lutam para comunicar como se sentem.

Nessas situações, concentre-se em se acalmar antes de tentar falar sobre o problema.

Pratique de forma proativa respirar fundo ou criar uma base segura, onde seu filho possa buscar conforto e retornar a um estado maior de calma. Isso oferecerá a ele a oportunidade de que precisa para refletir mais. Os pais também podem usar esse tempo para respirar profundamente.

Pergunte sobre sentimentos e use a escuta reflexiva:

​“Você parecia triste e frustrado depois da escola. Está certo?"

Nesse momento, os pais estão entrando na empatia emocional. Significa: “estou entendendo o que você está sentindo e compartilho da sua dor, e o mais importante: estamos juntos, independentemente se você está certo ou errado”.

​A aprendizagem socioemocional – ASE – ensina exatamente como traduzir emoções em sentimentos e buscar identificar os pensamentos que alimentam aquelas emoções.

Mais importante do que ouvir o que foi dito é ouvir o que não foi dito:

Em algumas situações, conversando com uma pessoa, você já deve ter notado sinais corporais que demonstram que aquela pessoa estava nervosa.

Manchas vermelhas no pescoço, rosto pálido, voz trêmula, suor nas mãos, etc.

Isso são manifestações inconscientes, nossas emoções.

Emoções formam o que a ciência cognitiva chama de orquestra fisiológica, oriunda de estímulos externos.

Esta orquestra ocorre para gerar uma atitude, uma ação.

Às vezes, a atitude ou a ação adotada pela criança não é condizente com o fato que está sendo narrado.

Normalmente, deve ser interpretado como um pedido de ajuda. Pode ocorrer de a própria criança não estar sabendo traduzir o que está sentindo.

A interpretação de emoções e sentimentos é o ponto mais forte da aprendizagem socioemocional – ASE.

Eleve a mente da criança ao nível autoconsciente:

​A mente opera em três níveis: inconsciente, consciente e autoconsciente.

Toda mudança em nossas mentes depende da mente autoconsciente. Ela vai na raiz das emoções e dos sentimentos por trás dos nossos comportamentos ou crenças.

Quando todos estiverem absolutamente calmos, será possível elevar a mente da criança ao nível autoconsciente.

Use a empatia afetuosa ou preocupação empática:

​Entendi seus sentimentos, sinto sua dor e estou aqui para ajudá-lo.

A criança precisa ter certeza de que sua casa é o porto mais seguro para ela se abrir.

Nesse momento, "Vou te ajudar", é que os elementos da ASE são fundamentais nos pais: escuta, presença e principalmente os diferentes tipos de feedback.


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