Ivan Castro
13 de mar de 20205 min
Atualizado: 25 de mar de 2020
A próxima década promete uma revolução em larga escala em nossas vidas profissionais.
Antes de analisarmos os próximos 10 anos, vamos dar uma rápida olhada no presente – e algo que já foi considerado paradoxal.
Já estamos vivendo a 4ª Revolução Industrial, e muitos empregos já foram atingidos.
O número de robôs em trabalho atingiu os maiores níveis da história humana.
Mas vale a pena notar que em 2019 o nível global de desemprego caiu para 4,9%, o nível mais baixo em 39 anos.
Em outras palavras, a alta tecnologia e o alto emprego não precisam ser mutuamente exclusivos.
Estamos vivendo a prova disso hoje.
Dada essa sincronicidade entre emprego e tecnologia, acreditamos que há razões para ter esperança de que os empregos se tornem mais acessíveis, mais flexíveis e mais libertadores nas próximas duas décadas.
Aqui estão cinco mudanças significativas previstas pelos maiores especialistas do mundo:
• A IA – inteligência artificial – e a robótica acabarão criando mais trabalho, não menos. Será muito parecido com hoje.
• Não haverá escassez de empregos, mas – se não dermos os passos certos – falta de talentos qualificados para preencher esses empregos.
• À medida que o trabalho remoto se tornar a norma, as cidades entrarão nas guerras de talentos do futuro. A desconexão entre o trabalho e o local dará às pessoas uma nova liberdade geográfica para morar onde quiserem, e as cidades e regiões metropolitanas competirão para atrair essa nova força de trabalho móvel.
• A maioria da força de trabalho será de freelancers até 2027.
• As mudanças tecnológicas continuarão aumentando, de modo que aprender novas habilidades será uma necessidade contínua ao longo da vida.
A discussão mais construtiva não é se haverá ou não mudanças, mas o que devemos fazer para garantir os melhores e mais inclusivos resultados.
A hora é esta!
Nunca houve uma janela tão grande de oportunidades como a década de 2020 para aqueles que buscarem se requalificar. O WEF – Fórum Econômico Mundial de 2020 –, realizado em Davos, Suíça, aponta que a previsão do relatório “O Futuro dos Empregos”, publicado em 2018, estava correta, e se mantém: surgirão 135 milhões de novos empregos até 2022.
No mesmo período, segundo o relatório, irão desaparecer ou se transformar 75 milhões de empregos, o que gera um saldo de empregos de 60 milhões.
Enquanto o mundo enfrenta os desafios econômicos, sociais e ambientais transformadores advindos da 4ª Revolução Industrial, nunca foi tão importante investir nas pessoas.
A valorização do capital humano não apenas serve para equipar os indivíduos com o conhecimento e as habilidades necessárias para responder às mudanças sistêmicas, mas também para capacitá-los a participar da criação de um mundo mais igualitário, inclusivo e sustentável.
A educação é e continuará sendo fundamental para promover o crescimento econômico inclusivo e proporcionar um futuro de oportunidades para todos.
Mas, à medida que as tecnologias da 4ª Revolução Industrial criam novas pressões sobre os mercados de trabalho, as reformas na educação, na aprendizagem ao longo da vida e nas capacitações serão fundamentais para garantir que os indivíduos tenham acesso à oportunidade econômica, permanecendo competitivos no novo mundo do trabalho, e que as empresas tenham acesso aos talentos de que precisam para os empregos do futuro.
Além disso, o relatório alerta que essas medidas devem ser complementadas pelo repensar estratégico sobre como o trabalho é regulado e quais áreas de criação de emprego podem melhorar os benefícios da sociedade.
E sugere que os países devem trabalhar para aumentar o investimento público e privado para capacitar as pessoas em competências para a 4ª Revolução Industrial e habilidades socioemocionais. Salienta ainda que será preciso rever as regras das relações de trabalho e dos setores que estão prontos para o crescimento e que beneficiam a sociedade, incluindo assistência, educação, água, energia, e infraestrutura digital e de transporte.
Sugerimos que antes de escolher uma carreira, ou pensar em mudar sua atual, leve em consideração esses setores emergentes.
Seja você um otimista apontando previsões de criação de empregos ou se preocupando com a possibilidade de um robô estar atrás do seu trabalho, uma coisa é certa:
o mundo do trabalho está passando por um período de mudanças sem precedentes nas mãos das máquinas; automação e inteligência artificial (IA) são os novos garotos no setor dos empregos.
Os empregadores precisam mais do seu pessoal do que nunca para se manterem relevantes e competitivos.
Da mesma forma, os funcionários esperam – até exigem – mais das organizações para as quais trabalham.
Recentemente, uma pesquisa global com 5.000 profissionais de recursos humanos e gerentes de contratação, combinada à análise comportamental de dados conduzida pelo LinkedIn, revelou as quatro tendências que provavelmente afetarão os próximos anos de sua carreira e o percentual de entrevistados que validaram:
1ª – Habilidades socioemocionais – 91% dos entrevistados
O termo “habilidades socioemocionais” dificilmente faz jus à complexa combinação de capacidades que descreve: empatia, inteligência emocional, criatividade, capacidade de colaborar e se comunicar, para citar apenas alguns.
Embora nunca tenham sido tema de MBAs e PhDs, as habilidades socioemocionais agora são mais importantes do que nunca.
Tanto é assim que 92% dos entrevistados pelo LinkedIn dizem que as estas habilidades estão crescendo em importância para o sucesso nos negócios, 80% dizem que perceberam que são importantes para o crescimento da empresa, enquanto 89% destacam a falta de tais habilidades entre os contratados de sua organização.
Segundo o relatório, isso já está acontecendo, e por isso estamos sentindo o desemprego aumentar tanto. As pessoas que perderam seus empregos nos últimos 5 anos estão tentando voltar ao mercado com as mesmas competências e habilidades socioemocionais que tinham quando os perderam.
O WEF – Fórum Econômico Mundial – todos os anos publica a relação das 10 competências e 10 habilidades socioemocionais que mais serão demandadas. Saiba mais em nosso Blog. já atualizamos as duas relações.
2ª – Trabalho flexível – 72% dos entrevistados
Não faz muito tempo, trabalhar em casa era raro – e era visto como uma grande vantagem. Hoje em dia, é muito mais comum. “A flexibilidade do trabalho está se tornando a norma", diz Jason Phillips, vice-presidente de RH digital e chefe de equipe global da Cisco.
"O desafio é a rapidez com que as organizações podem fornecê-lo."A tecnologia é parcialmente responsável por essa mudança de expectativa.
Desde e-mails e mensagens instantâneas, até chamadas em conferência e plataformas sociais de negócios, nunca foi tão fácil manter contato com colegas de trabalho.
3ª – Acabar com o assédio e o bullying – 71% dos entrevistados
Os empregadores têm uma obrigação moral de proteger seus funcionários contra o bullying e todas as formas de assédio. Em alguns casos, eles também têm uma obrigação legal. Mas você precisa promover uma cultura corporativa segura e solidária, se quiser que suas políticas antiassédio sejam bem-sucedidas.
O assédio sexual é uma praga no local de trabalho que afeta todos os setores da indústria em todos os países, afetando pessoas de todas as faixas de renda e níveis de escolaridade e desempenho profissional. Com demasiada frequência, aqueles que são alvo de assédio acham extremamente difícil falar.
4ª – Acabar com o sigilo dos salários – 53% dos entrevistados
A organização de pesquisa PayScale perguntou a 93.000 empregados o quão bem eles pensavam que estavam sendo pagos, em relação ao mercado de trabalho em geral. Dois terços estavam errados em sua avaliação, e a maioria deles acredita que está sendo mal paga. O problema aqui é que, embora ninguém saiba como todo mundo está sendo pago, há uma tendência a assumir o pior sobre sua própria taxa de pagamento. Isso gera suspeita, negatividade e insatisfação. Mas a tendência ao sigilo pode estar chegando ao fim. Segundo o LinkedIn, houve um aumento de 136% desde 2014 na transparência salarial no conteúdo compartilhado em sua plataforma.