Estamos passando pela fase de transição mais complexa da humanidade, e deve durar pelo menos até 2030.
As novas tecnologias não mexeram só com as estruturas dos lares, elas mexeram em todos os sistemas adjacentes à vida humana.
Segundo pesquisa realizada pela Isma – Brasil, publicada pela revista EXAME, 72% dos brasileiros se dizem infelizes no trabalho. (saiba mais – fizemos uma análise do resultado dessa pesquisa em nosso Blog).
Tamanha infelicidade, já se sabe, leva a transtornos psicológicos, como depressão, ansiedade e burnout (a maneira de o corpo dizer “basta”).
Todos os motivos relacionados pelos funcionários estão diretamente relacionados à falta de habilidades socioemocionais.
As empresas precisam entender que este é um problema sistêmico. Profissionais infelizes são pais infelizes, e vice-versa.
Essa tristeza aparece nos indicadores da OMS – Organização Mundial de Saúde –, e muitos pais, não sabendo lidar com as frustrações nas relações humanas no trabalho, com o desemprego e as dificuldades financeiras, acabam criando um ambiente em casa denominado pela ciência cognitiva de “Estresse tóxico”. (saiba mais sobre o conceito do “Estresse tóxico” em um artigo em nosso Blog)
Um ambiente sob o efeito do estresse tóxico pode afetar toda a estrutura emocional de uma criança, gerando sequelas para o resto de sua vida.
Este problema afeta principalmente as mulheres, que nos indicadores já aparecem com a saúde da mente muito mais prejudicada que a dos homens.
O número de mulheres em depressão é 150% maior do que o de homens.
A partir de estudo realizado em conjunto, os acadêmicos Sendhil Mullainathan, professor de economia em Harvard, e Eldar Shafir, professor de psicologia em Princeton, criaram um termo denominado de "Carga Mental", consequência do que chamaram de trabalhos invisíveis, para explicar o que está acontecendo com a mente da mulher. (saiba mais sobre o conceito do “Carga Mental” em um artigo "A Depressão na Mulher" em nosso Blog).
Esse fenômeno é maior em mulheres que ficam com a guarda das crianças.
É importante ficar atento, porque, quando as mães entram no estado de "Carga Mental", consequentemente, as crianças absorvem.
Trabalhos invisíveis: por mais variáveis que as tarefas invisíveis possam ser, uma lista com alguns itens facilmente encontra ressonância na maioria das mulheres, nem que seja por similaridade.
É imprescindível notar que tudo acontece ao mesmo tempo, já que mulheres são consideradas multitask.
Lembrar datas de aniversários dos familiares e amigos, saber o que tem e o que falta na geladeira, o que precisa ser comprado de acordo com os pratos que podem ser feitos; em um cenário, fazer as compras e fazer pratos; em outro, explicar para a funcionária, assim como todo o serviço de casa; ir à academia; entregar o relatório para o chefe; ver que é preciso lavar as cortinas; que houve uma cobrança errada no cartão; que a tinturaria não entregou no prazo; que precisa contratar uma estagiária no escritório; que falta água nas plantas; que o filho ralou o joelho; que a professora mandou um recado; que a roupa da escola rasgou; que acabou a comida do gato; que o colega mandou mensagem dizendo que não vai trabalhar e ela precisa ir mais cedo, e que não tem como fazer isso. Mas dá um jeito.
Consequências: exaustão, baixa produtividade, mau desempenho no trabalho, problemas de relacionamento e, em última instância, doenças mentais, como a depressão, ou físicas.
As empresas precisam adotar programas para dar suporte e igualar as condições de produtividade entre homens e mulheres. (Saiba mais no artigo: "Precisamos de mais mulheres em cargos de liderança").
Os casais millenium – aqueles casados no século XXI – já apresentam uma melhora no comportamento do homem no suporte às tarefas de casa, mas eles ainda representam uma minoria esmagadora.
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