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Estão roubando a adolescência de nossos filhos

Atualizado: 25 de mar. de 2020


O Centro de Inteligência Emocional da Universidade de Yale está estudando a força de trabalho futura, e as perspectivas não são boas.

Adolescentes estão em apuros psicológicos.

Seu estresse está indo além do dos adultos, de acordo com um relatório recente da American Psychological Association.

Sua taxa de psicopatologia é cinco vezes a de 75 anos atrás.

Segundo dados atuais da OMS – Organização Mundial de Saúde –, a saúde mental dos jovens vem apresentando uma piora significativa:

1. Uma em cada seis pessoas em depressão no mundo tem entre 10 e 19 anos.

2. Em todo o mundo, a depressão é uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes.

3. O suicídio é a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.

4. As consequências de não abordar as condições de saúde mental dos adolescentes se estendem à idade adulta, prejudicando a saúde física e mental e limitando futuras oportunidades.

5. A promoção da saúde mental e a prevenção de transtornos são fundamentais para ajudar adolescentes a prosperar.

De acordo com a OMS, em escala global, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% nos últimos 10 anos.

São 322 milhões de indivíduos, ou 4,4% da população da Terra.

Na América Latina, o Brasil é o País mais ansioso e estressado.

Isso porque cerca de 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão, e 9,3%, de ansiedade.

A taxa de tentativas de suicídio aumentou na maioria dos países do G20.

​Os índices relativos aos adolescentes brasileiros estão abaixo dos do mundo em medidas de desempenho escolar, mas estão entre os líderes mundiais em violência, gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis, aborto, consumo excessivo de álcool, uso de maconha, obesidade e infelicidade.

​Algumas escolas de negócios estão trabalhando para treinar futuros líderes na gestão de sentimentos.

A Escola de Administração de Yale administra um teste de inteligência emocional para os alunos e, em seguida, oferece treinamento para aprimorar as habilidades que precisam ser aprimoradas.

Um grande e crescente corpo de pesquisa demonstra que a inteligência emocional – a capacidade de raciocinar com e sobre emoções – está correlacionada com resultados positivos em crianças que começam na pré-escola, bem como em adultos, incluindo gerentes de negócios e líderes.

​Ensinar inteligência emocional – ou seu Universo mais amplo, denominado de aprendizado socioemocional (ASE) - para crianças e adultos também se mostrou eficaz.

Uma meta-análise de 213 estudos sobre uma ampla gama de programas de aprendizagem socioemocional mostrou resultados semelhantes.

E uma análise de custo-benefício divulgada em janeiro de 2020 concluiu que, para cada dólar gasto pelas escolas e empresas na ASE, há uma média de US$ 11,00 em benefícios para a sociedade, incluindo os custos associados à saúde e à escolaridade.

​Os líderes empresariais brasileiros têm o poder e, se soubessem, a necessidade premente de defender que as escolas de nosso país incluam no currículo a educação das emoções.

​Alguns líderes estão começando a reconhecer que a maneira como as pessoas gerenciam suas emoções é importante para a economia da sociedade.

O Prêmio Nobel James Heckman escreve que o investimento na educação das habilidades "não cognitivas" das crianças – como motivação, perseverança e autocontrole – é uma abordagem econômica para aumentar a qualidade e a produtividade da força de trabalho.

Desde 2014, o Fórum Econômico Mundial vem traçando uma visão para o século XXI, mostrando a importância da educação voltada para o desenvolvimento de habilidades como iniciativa, persistência, capacidade de adaptação, liderança e cidadania global.

Estudos em psicologia organizacional e liderança, bem como artigos populares, movimentam-se com discussões sobre a importância da inteligência emocional.

Apesar de o debate em torno do tema ter sido iniciado no Fórum Econômico Mundial de 2014, o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento -, em 1990, produziu um relatório denominado “Paradigma do desenvolvimento humano”, coordenado por Amartya Kumar Sen, professor de economia e filosofia na Universidade de Harvard e Prêmio Nobel de Economia em 1998, que alertou que a humanidade estava seguindo por esse caminho.

Amartya Kumar Sen disse:

"O desenvolvimento humano, como uma abordagem, lida com aquilo que eu considero ser a ideia básica do desenvolvimento: especificamente, o aumento da riqueza da vida humana em vez da riqueza da economia, em que os seres humanos vivem apenas uma parte da própria vida.”

O paradigma do desenvolvimento humano promove a ideia de que não existe um vínculo automático entre crescimento econômico e progresso humano; consequentemente, o desenvolvimento da aprendizagem socioemocional (ASE).

Era um alerta, principalmente aos países membros do G20, de que o aumento do PIB não significava aumento na qualidade de vida da população e que as pessoas estavam ficando para trás.

O relatório “Paradigma do desenvolvimento humano” aponta a educação como oportunidade central para preparar o indivíduo para fazer escolhas e transformar em competências o potencial que traz consigo.

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